Uma visão sobre
a
exposição da artista
Cléo Borém Fabris
A pintura de Cléo Borém
Fabris nessa exposição na FAFI são desenhos, pinturas. E se pode
distinguir três tipos de quadros. Tem os que devem ser do início do
seu trabalho que são rostos de mulheres bem desenhados de uma
maneira convencional, porém que tem expressão (as vezes pouca).
Depois tem mais dois
tipos de quadros. Uns, são uma espécie de paisagem ou cenas
coloridas (parece que é pastel a óleo) cuja as características é
algo da ordem de um certo mistério como se nossa pintura se voltasse
para algo que seria como a origem é do todo.
Essa busca de origem é o
que tem de mais fecundo na arte, simplesmente porque toda a arte é
arte da origem. Na terceira fase são essencialmente dois rostos: um
que eu batizei de Jim Morrison, cara de anjo que hesita entre a
angelidade e o maldito, e talvez nascendo do Jim "o Diabo ou a
Diaba", uma entidade negra que surge como um pesadelo altamente
calibrado.
Basicamente como é na
tradição essa cor negra do lado de lá.
Cléo está nascendo,
esses surgimentos de paisagens mágicas e de entidades tétricas é o
surgimento da consciência de estar aqui. A adolescência (Cléo tem
17 anos) é a idade metafísica por excelência. Depois o adulto se
extratifica nos seus bens materiais e o teatro do ser alguém.
Cléo nasceu. Permita-me
ser seu padrinho estético pelo menos nessa exposição.
Gilbert
Chaudanne
Viaje pela Exposição de Cléo